O festejo da Páscoa é um dos momentos mais vividos pelos portugueses, independentemente da vivência e do significado que cada um atribui.
Apesar de derivar da comemoração judaica, o sentido da Páscoa cristã é diferente, pois relembra os atos da crucificação, morte e ressurreição de Cristo.
Pode dizer-se que, de entre muitos, os que estão mais culturalmente enraizados no nosso país são não comer carne durante quarenta dias às sextas-feiras, o “beijar da Cruz”, as trocas de amêndoas, os ovos de chocolate, entre outras.
No Minho havia a tradição, no campo gastronómico, de guardar um cabritinho para assar no forno a lenha, nascendo assim o prato “Cabritinho do monte à moda do Minho”.
Existem inúmeras tradições e costumes característicos da celebração Pascal, muitos dos quais, tem vindo a passar de geração em geração, venha connosco conhecer alguns desses exemplos!
Compasso Pascal
Um dos rituais mais antigos e conhecidos, que se verifica principalmente nas aldeias portuguesas, é o compasso, também conhecido como visita Pascal, uma tradição que surgiu na Idade Média. No Domingo de Páscoa, as ruas são tomadas por pequenos grupos de paroquianos que saem das igrejas com um crucifixo e vão passando pelas casas para abençoá-las.
As pessoas que desejam receber a bênção, deixam a porta de casa aberta, com pétalas de flores na entrada.
Em cada uma das casas, após uma pequena oração e a bênção com água benta, os habitantes da casa beijam a cruz de Cristo como demonstração da sua adoração.
Cristo Ressuscitou Aleluia, Aleluia!
“Semana Santa” em Braga
De 6 a 9 de abril, as celebrações da Semana Santa de Braga regressam às ruas, e aos templos da cidade. Um evento com contornos históricos e que todos os anos arrasta milhares de pessoas às ruas.
Não são apenas as procissões dos Passos (1597), do Senhor Ecce Homo (1513), a Procissão do Enterro do Senhor (1933) ou a renovada Procissão da Burrinha (1998), que perfazem a imponência da quadra, as ruas vestem-se de roxo e perfumam-se de incenso, tal como os principais templos que continuam a centralizar o exercício de práticas seculares.
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“Queima de Judas” em Montalegre
A “Queima do Judas” é uma das tradições mais profundas da sátira e crítica popular. À semelhança de anos anteriores, tem lugar em Montalegre, a encenação que arrasta centenas de pessoas à área do castelo para assistir à queima dos bonecos elaborados pela comunidade.
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“Bois da Páscoa” em Arcos de Valdevez
O desfile, que simboliza “o fim do jejum da Quaresma”, apresenta exemplares bovinos de talhos locais, contando ainda com a participação de figurantes, vestidos à época com trajes regionais.
Segundo a autarquia, trata-se de uma tradição secular que permanece viva e recupera usos e costumes enraizados neste concelho há longos anos. “A realização deste desfile é uma forma de enaltecer as tradições, o trabalho do campo e de destacar os produtos locais, nomeadamente a raça cachena, contribuindo assim para dinamizar a economia no concelho”.
Cabrito assado no forno!
No que toca à gastronomia, já todos sabem que no Minho se come muito bem e há tradições na Páscoa!
Se a tradição religiosa coloca forte ênfase no jejum, o Minho encarrega-se de celebrar o fim da Quaresma com uma das maiores pérolas da gastronomia nacional. O hábito varia de acordo com a região, mas no domingo de Páscoa são o cabrito e o borrego os reis da mesa!
Como não poderia deixar de ser, no Restaurante Pousadela teremos uma ementa irresistível dedicada à páscoa e não faltará o cabrito!
No dia 9 de Abril, ao almoço, junte a família e celebre connosco!
Folar da Páscoa
Este bolo, com forma de ninho redondo e ovos cozidos com a casca no centro, é um sucesso para as celebrações da Páscoa.
Provavelmente ligado originalmente a um ritual pagão relativo à mudança de estação, o folar hoje simboliza a paz e a reconciliação. É também o sinal de abundância após os 40 dias de Quaresma.
Outra tradição que se mantém viva é a oferta do folar, que por norma, é oferecido às crianças pelos padrinhos.
Coelhinho da Páscoa, que trazes para mim?
Se tal como nós acha confusa a combinação: coelhos, ovos e amêndoas, saiba que existe uma justificação para que todos sejam associados à Páscoa.
A tradição das amêndoas oferecidas na Páscoa resulta do antigo culto prestado ao ovo e associado às festas da primavera, mais tarde incorporado na tradição Cristã, visto como símbolo de ressurreição e eternidade.
Semelhantes na forma e no colorido, as amêndoas revestidas de açúcar e em cores garridas, resultam da criatividade culinária dos franceses, que criaram a amêndoa que hoje conhecemos.
Por um lado, as amêndoas são um fruto da época e representam, diz-se, a beleza e a renovação da natureza, por outro, são deliciosos doces que se oferecem a miúdos, graúdos e existem para todos os gostos.
Já o coelho, faz parte desta equação por ser bastante fértil e por se reproduzir em grandes ninhadas, sendo um símbolo de prosperidade e fertilidade.
Conta a lenda que, na Alemanha pré-cristã, se orava a vários deuses, sendo o coelho símbolo da Deusa Primavera, justamente devido à sua enorme capacidade de reprodução, passa a simbolizar o renascer e renovação da natureza também associados à época da Páscoa.